No vasto e diversificado mundo do futebol, existe um torneio que foge dos holofotes tradicionais, mas que carrega em si uma importância cultural, política e social única: a Copa Conifa. No sétimo episódio do Pés Descalços FC, que pelo Rafa Antunes e por mim, Luís Rosa, mergulhamos nas particularidades dessa competição, que reúne seleções de regiões, minorias, e nações não reconhecidas pela FIFA (Federação Internacional de Futebol) e pela ONU, mas que, através do futebol, buscam afirmar sua identidade e ganhar visibilidade global.
O Que é a Conifa?
A Conifa (Confederação Independente de Associações de Futebol), ou no inglês (Confederation Independent Football Associations) é uma entidade global que organiza campeonatos de futebol para territórios e grupos que não são aceitos pela FIFA.
A Conifa é, portanto, uma alternativa para esses times mostrarem sua força no cenário internacional, usando o esporte como uma plataforma para promover sua causa e cultura.
Durante a conversa, sempre no tom divertido, eu confesso que fiquei surpreso ao descobrir a existência dessa federação.
Com mais de 27 anos de jornalismo esportivo, admito que nunca havia ouvido falar da Conifa antes de o Rafa Antunes me apresentar o tema. Essa descoberta exemplifica como o futebol pode nos levar a cantos inesperados do mundo, revelando histórias fascinantes que, de outra forma, permaneceriam desconhecidas.
Futebol para além das fronteiras
A Conifa se destaca por reunir seleções de regiões e grupos que, em muitos casos, estão envolvidos em conflitos políticos ou que simplesmente não são reconhecidos como estados soberanos.
Entre as seleções participantes estão a Abecásia, o Curdistão, a Lapônia, e outras regiões cujas realidades são pouco conhecidas fora de seus contextos locais.
Um dos aspectos mais interessantes discutidos no episódio foi como essas seleções utilizam o futebol como uma ferramenta de resistência e diplomacia.
A Copa Conifa, apesar de não ter o mesmo glamour das competições organizadas pela FIFA, oferece a essas regiões a oportunidade de se expressarem em um palco internacional. O futebol, aqui, transcende o esporte e se torna um veículo para reivindicações políticas, culturais e identitárias.
As edições da Copa Conifa
Desde sua criação, a Conifa já organizou quatro edições da Copa do Mundo, a primeira delas em 2014. Cada edição revela a diversidade e a complexidade das seleções participantes.
A última edição foi realizada em 2018, onde a Transcarpátia sagrou-se campeã após uma emocionante disputa de pênaltis contra o Chipre do Norte.

Apesar de ser uma organização relativamente jovem, já conseguiu estabelecer um histórico de competições que vão além do mero resultado esportivo.
Por exemplo, a Abecásia, uma região localizada na Geórgia que busca independência, foi campeã em 2016. Essa vitória teve um significado especial para o povo abecásio, que viu no futebol uma forma de reafirmar sua identidade e resistência.
Além da Copa do Mundo, a Conifa também organiza torneios continentais, como a Eurocopa Conifa e campeonatos regionais na Ásia, África e América do Sul.
Este último, no entanto, tem uma participação limitada, já que a América do Sul não possui tantos territórios ou regiões com o tipo de disputa política e territorial que caracteriza muitas das seleções filiadas à Conifa.
A participação da América do Sul
Embora a Conifa seja mais ativa em regiões como a Europa e a Ásia, a América do Sul também tem sua representação, ainda que modesta.
Durante o episódio, o Rafa Antunes destacou a presença da América do Sul na Conifa, destacando que existem poucas seleções do continente filiadas à entidade. Entre elas, está a Federação Anômala de Desporto (FADE), uma organização peculiar baseada em São Paulo, que filiou-se à Conifa para participar de seus torneios.
Outro exemplo curioso é a Ilha de Páscoa, conhecida por suas enigmáticas estátuas Moai. A ilha, que pertence ao Chile, chegou a fazer parte da Conifa, mas posteriormente se retirou.
A inclusão da Ilha de Páscoa mostra como o futebol pode ser um meio de promover a cultura local e, ao mesmo tempo, se conectar com uma rede global de regiões que compartilham desafios semelhantes.
No entanto, como Luís e Rafa apontaram, a América do Sul não é uma região com muitos conflitos territoriais ou lutas por independência, o que explica a menor representatividade no contexto da Conifa. A maioria das seleções sul-americanas que participaram ou ainda participam da Conifa o faz mais por questões culturais do que por disputas políticas, diferenciando-se de outras regiões do mundo onde o futebol é diretamente ligado a questões de soberania e autonomia.
A importância cultural da Conifa
O que torna a Conifa verdadeiramente única é a diversidade de motivações que levam essas seleções a competir. Para muitas dessas regiões, o futebol é mais do que um jogo; é uma forma de mostrar ao mundo sua existência, sua cultura e seus anseios.
Durante a discussão, Rafa Antunes ressaltou como essas seleções usam o torneio não apenas para competir, mas também para promover suas causas.
Além disso, a Conifa não se restringe ao futebol masculino. A entidade apoia o desenvolvimento do futebol feminino e está envolvida em várias iniciativas culturais e educacionais. Esses esforços reforçam o papel da Conifa como um agente de mudança social, usando o esporte para promover a inclusão e a diversidade.
Em muitos casos, essas competições funcionam como uma forma de diplomacia esportiva. Por exemplo, regiões que buscam reconhecimento internacional utilizam a Conifa para construir alianças e ganhar simpatia global. O futebol, nesse contexto, torna-se uma ferramenta poderosa para a diplomacia cultural e a construção de identidade.
Desafios e futuro da Conifa
A Conifa enfrenta diversos desafios, como a falta de recursos e a dificuldade em organizar competições em regiões com pouca infraestrutura.
No entanto, o sucesso crescente de seus torneios demonstra o potencial do futebol como uma ferramenta de integração e expressão para comunidades marginalizadas.
Assim existe chances futuras de a Conifa se expandir para outras regiões do mundo e a inclusão de mais seleções.
Outro ponto de destaque foi a forma como a Conifa pode influenciar outras organizações esportivas.
À medida que a entidade ganha mais visibilidade, há a possibilidade de que a FIFA e outras federações maiores comecem a prestar mais atenção às demandas dessas seleções.
No entanto, é importante que a Conifa mantenha sua independência e continue a operar como uma plataforma para as vozes que tradicionalmente não têm espaço no cenário esportivo global.
Conclusão
A Copa Conifa é muito mais do que uma simples competição de futebol. É um palco onde culturas, identidades e causas encontram uma voz através do esporte.
Neste sétimo episódio do Pés Descalços FC, acredito que conseguimos capturar a essência dessa competição única, mostrando como o futebol pode ser uma ferramenta poderosa para a expressão cultural e a resistência política.
Para os fãs de futebol que gostam de explorar as histórias mais escondidas do esporte, a Conifa oferece uma visão fascinante de como o futebol pode transcender fronteiras e unir pessoas de todas as partes do mundo.
Assim, como o Pés Descalços FC demonstra, o futebol é uma linguagem universal, capaz de conectar diferentes realidades e promover um diálogo global que vai muito além das quatro linhas.
Se você ainda não ouviu, não deixe de conferir o episódio completo acessando o vídeo abaixo, e, claro, continuar acompanhando o Pés Descalços FC para mais histórias como essa, onde futebol, cultura, e geografia se entrelaçam de maneiras surpreendentes.
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Esse texto foi produzido a partir da descrição do episódio, com a ajuda de Inteligência Artificial, mantendo a conexão com os apresentadores e enriquecendo o conteúdo com mais detalhes sobre a Conifa.